Resenha: Quando tudo Faz Sentido

16/06/2017



Não é de se surpreender que depois do sucesso de 13 Reasons Why as editoras comecem a lançar mais livros sobre suicídio e bullying no Brasil. Longe de mim falar que isso é novidade, mas que obviamente o interesse dos leitores por obras assim aumentou não da para negar. Então a Rocco lançou Quando Tudo Faz Sentido que tinha tudo para ser agradável mas que, para mim, causou muita raiva.

Liz Emerson é uma adolescente que decidiu que é infeliz demais para continuar vivendo e então planeja se matar causando um acidente de carro. A história se passa com flashbacks de sua vida e de seus amigos próximos e no tempo atual, com ela internada em estado grave e todos sofrendo no hospital. O que me causou raiva não foi isso, porque com isso a história teria uma base para ser legal sim. Mas Liz é o pior tipo de adolescente que pode existir. Ela é aquele clichê americano que nós odiamos, sabe? Ela é garota popular que faz mal para os outros para se sentir melhor? Ela é a causa de que muitos adolescentes poderiam decidir tirar a própria vida. Ela é tão bully que tem pessoas nessa história que acabaram se envolvendo com drogas, que acabaram deixando de fazer algo que gostam, e que até perderam a oportunidade de ter um bom futuro acadêmico por causa de coisas que ela disse ou fez. Deu para entender o que eu quis dizer?

Claro que não estou dizendo que ela merecia isso, cruzes! Mas ela causou a si mesma grande parte de suas agonias. Tirando o seu relacionamento familiar, que é algo que não estava sob seu controle e que mesmo assim a afeta; as amizades ou possíveis amizades ela estragou por livre e espontânea vontade e diversas vezes tendo consciência de que estava fazendo isso. E ela tem justificativa para suas atitudes. Basicamente para ela ou você sofre bullying ou você é quem faz o bullying e dentre as duas opções ela escolheu a segunda.

Sei que passei raiva com a personagem mas acho que compreendi o que a autora quis passar. Mesmo as pessoas mais populares tem seus problemas e arrependimentos. E na adolescência é muito difícil demonstrar isso mesmo para seus amigos mais próximos. E é nessa fase que muitos erros são cometidos sem noção das consequências. Quando Liz começou a perceber o quanto suas atitudes e palavras afetavam os outros negativamente ela passou a acreditar que o mundo seria melhor sem ela e nem ao pedir ajudar a um orientador conseguiu faze-la mudar de ideia, porque na verdade outro ser humano não consegue se quer entender como o outro se sente quando este passa a ter pensamentos suicidas.

A leitura é bem leve, tipica de um YA. Só o tema que acaba sendo mais polêmico mas acredito que possa agradar aos leitores que gostam de livros com essa temática.

Liz Emerson guardava tanta escuridão dentro de si, que fechar os olhos não fazia muita diferença.

Algumas pessoas morriam porque o mundo não as merecia. Liz Emerson, por outro lado, não merecia o mundo.

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