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Resenha: Assassinato no Expresso do Oriente

04/10/2021

Assassinato no Expresso do Oriente livro de Agatha Christie

Esse ano tive a oportunidade de ler Agatha Christie pela primeira vez e por um acaso logo surgiu uma nova oportunidade no Clube de Leitura do CA do meu curso na faculdade. Eu acho que não leria nada da autora tão cedo se não fosse por essa leitura coletiva, pois particularmente não me encantei tanto assim pela escrita da autora. Ter a segunda leitura é a contraprova de que Agatha Christie, infelizmente, não é para mim.

Assassinato no Expresso do Oriente é um dos livros mais famosos da autora e já ganhou algumas adaptações ao longo dos anos conta como protagonista o famoso detetive Hercule Poirot. Aqui ele precisa investigar o assassinato de um norte-americano assassinado em sua cabine no trem que tem por nome Expresso do Oriente. O livro tem uma lista imensa de suspeitos e o acaso para dificultar (ou não, dependendo do post de vista) e investigação, já que o trem está parado no meio de uma nevasca por causa do gelo.

Meu amigo, quando se quer apanhar um coelho, mexe-se em sua toca. Se ele estiver ali, foge, com certeza. Foi o que fiz.

Não se pode negar que a autora consegue criar uma história instigante em poucas páginas, mas ao mesmo tempo em que a curiosidade de saber o desfecho da história é grande a desmotivação também é. Poucas pistas são deixadas ao leitor durante as inúmeras entrevistas que o detetive faz com os suspeitos. São diversos personagens que acabam se tornam descartáveis em um momento e essenciais em outros. É um pouco difícil aguentar essa oscilação o livro todo e em certo ponto ele se torna desinteressante e só resta torcer para o fim chegar logo. Por ele não ser um livro curto o fim não demora muito, mas é morno.

Chega a ser incrível que com as informações que o detetive tem ele consegue desvendar o mistério, mas como ele é protagonista é óbvio que tem uma inteligência acima da média para adivinhar a teia inteira e poder fazer a acusação formal. O que me incomoda mesmo é que o livro parece não ter uma conclusão, mas ao mesmo tempo ele não deixa um final aberto. Todo o acaso beneficia o detetive assim como todos os personagens.

Não creio que após essas duas experiências eu vá ler algo da autora novamente, mas nunca se sabe. Ainda tem livros dela que parecem ser interessante, mas como não me atrai muito os seus mistérios e resoluções é provável que vou acabar dispensando essas leituras.

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Título: Assassinato no Expresso do Oriente • Autora: Agatha Christie
Editora: Harper Collins • Tradução: Érico Assis
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S - Eric e Jen

14/06/2021

O Navio de Teseu

Olá, leitoras. Após explicar um pouco do que é "S" e falar sobre "O Navio de Teseu" hoje vou falar algumas coisas sobre Eric e Jen, os estudantes que conversam através das páginas do livro e que nos ajudam a descobrir um pouco mais sobre Straka e sua identidade.

É importante dizer que dentro das limitações ali impostas a história deles é muito bem construídas, pois foi possível sentir empatia pelos seus problemas, assim como se identificar com alguns deles, e mais do que tudo torcer pelas suas descobertas. Jen, por exemplo, está passando por uma crise existencial com o fim de sua graduação e as duvidas sobre essa ser a vida que ela realmente deseja, além do fim de um relacionamento amoro e problemas familiares. Ao encontrar "O Navio de Teseu" na biblioteca em que trabalha ela encontrou no livro e nas anotações de Eric uma nova perspectiva, algo para fugir de sua realidade e ela faz isso muito bem, pois suas descobertas são incríveis.

Eric é doutorando e sua pesquisa está diretamente relacionada com Straka desde a sua adolescência. O autor basicamente foi um fuga de seus problemas e poder trabalhar com isso é algo que o agrada, entretanto no submundo Acadêmico onde outras pessoas também querem ganhar destaque ao descobrir a identidade do autor o jovem acabou sendo traído por quem ele confiava, além de ter evidencias impossíveis de encontrar. Expulso da universidade ele continua usando a biblioteca escondido e é ali que ele acaba esquecendo o seu exemplar do livro, que é encontrado por Jen.

As anotações deles seguem cerca de 3 linhas do tempo diferentes e caso o leitor opte por ler tudo de uma vez irá acabar pegando alguns spoilers das descobertas deles. Como as cores acabam mudando a cada linha do tempo fica mais fácil de conseguir ler na ordem cronológica, que foi o caminho que eu optei por ler o livro. Então ver eles amadurecendo através de poucas palavras é incrível e mostra o quanto os autores são talentosos, pois seria bastante complicado conseguir se apegar à esses personagens. Ainda que Jen não tenha conseguido encontrar as respostas para suas crises existenciais e Eric ainda tenha muitas coisas para resolver com o mistério de Straka é interessante o fim que eles tem.

Acho que, talvez, poderiam ter muitas coisas à mais, pois a conversa entre eles podem ser eternas e justamente por isso algumas páginas extras foram publicadas na internet, como um blog da Jen, e outras coisas. Infelizmente essas páginas estão em inglês e eu não consegui ler tudo, mas é muito interessante o quanto os idealizadores se dedicaram ao livro e ao mistério que ele tem.

Tinha um ensaio para escrever ontem a noite (Yeats) e fiquei paralisada. Olhando para uma tela branca eu só conseguia  pensar em como sentia falta da minha antiga vida... Antes de me dar conta de que tinha que tomar minhas próprias decisões. Então: que diabo eu estou fazendo e por quê? Eu realmente algum dia tomei alguma grande decisão sozinha? Quanto da minha vida até agora foi realmente minha?

Os anexos são muito importantes nessa fase do livro, pois além de nos contar um pouco mais sobre os personagens ele é fundamental para a descoberta do autor e também mostra a relação da obra com o Brasil (e eu amei!!). Algumas metáforas e mensagens escondidas nos cartões postais me deixaram muito encantada, pois ao ler em uma fase errada do livro eu fiquei perdida e depois conforme as coisas foram de encaixando eu amei saber o que realmente estava sendo falado ali. Inclusive quem quiser ver alguns anexos eu postei algumas fotos no Instagram.

Como nem tudo são flores eu tive uma grande dificuldade: A roda de Roda de Eötvös. Não consegui usar a roda, pois não entendi muito bem como ela funciona (e para ter ideia eu tive que buscar alguns spoilers kkk). No livro não ensina como usar e muito menos para que, exatamente, ela serve. Mas há alguns indícios pelos diálogos dos estudantes e quem realmente tiver empenhada em desvendar esse mistério vai ter que quebrar bastante a cabeça para começar a entender a utilidade dela ali, já que é um anexo "jogado" no fim do livro. Cheguei a ver um video no youtube onde a moça ensina a usar, meu eu não consegui entender a lógica (a lerda sim). Não sei se a Intrínseca colocou a mensagem em português, mas espero que sim. Eu ainda não desisti de usar e espero conseguir em alguma próxima leitura. De qualquer forma peguei spoiler da mensagem, pois estava muuuito curiosa.

É uma pena que o livro esteja esgotado no momento, pois realmente é uma obra incrível dos autores e que a Intrínseca trouxe ao Brasil. Se você tem esse livro eu te indico a realizar essa leitura, caso ainda não tenha começa a pedir uma nova impressão dele para a editora. ^^

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Resenha: O Navio de Teseu

10/06/2021

Olá, leitoras! Se você já leu o post de apresentação de "S" sabe que é um livro cheio de mistérios que precisam ser resolvidos e esse mistério começa justamente com "O Navio de Teseu", o último livro escrito por V. M. Straka e finalizado por F X Caldeira, seu tradutor e amigo de correspondência. Este livro é o objeto de estudo de Eric e muitos outros estudiosos, para tentar decifrar a identidade de Straka. Hoje eu vou falar somente do livro e não das correspondências dos estudantes já mencionados no último post, ok?

O personagem principal do livro é um jovem amnésico chamado "S". Ele não tem lembranças de sua vida e ao tentar buscar respostas vai passando por lugares estranho até encontrar uma jovem com quem conversa e sente uma conexão. Ela está lendo um livro que ele acaba procurando por um longo, assim como ela. Durante sua conversa com ela ele acaba sendo raptado e levado à um navio onde os tripulantes tem a boca costurada e à partir daí o navio passa a ser um local que ele teme e no momento em que ele se envolve em uma conspiração politica é o lugar que ele encontra sua segurança.

Esse é um resumo bem superficial para "O Navio de Teseu", já que tantos aspectos do livro ficam nas entrelinhas e passam a ser compreendidos pelas anotações dos estudantes. Entretanto como uma história única, sem procurar o real significado das frases e diálogos esse já é um livro muito interessante. Sua relação com o próprio paradoxo do navio de Teseu mostra isso por si só. "S" começa a história como uma pessoa confusa e querendo saber respostas e ao finalizar ele é alguém bem diferente, mesmo sem plena consciência de quem era antes. Ele ainda é o mesmo "S" do inicio do livro? Acho que cada um pode dar uma resposta diferente e para mim ele não é, já que suas mudanças foram muito radicais e visíveis. A essência do personagem mudou muito com todas as tramas que ele foi se envolvendo ao longo do livro.

Para entender leia mais


Grande parte dos acontecimentos acontecem pois "S" deseja muito reencontrar aquela jovem, já que ele acredita que ela tem informações sobre ele e seu passado, entretanto algumas coisas começam a ficar estranhar. Alguém diz à ele que conhece ela por outro nome, por um período de tempo que aprece impossível ser a mesma pessoa. Talvez não sendo uma das ideias do livro, mas em algumas coisas me pareceu até mesmo como a busca do ser humano por algo e depois a vontade esfriar, não porque desistiu, mas às vezes buscamos tanto algo e quando encontramos ela não tem aquele gostoso que queríamos sabe?

Esse é um livro que eu preciso muito reler, já que a trama politica em que "S" se envolve me deixou confusa em alguns momentos. E isso faz parte, pois algumas coisas ali são apenas entendidas realmente nas entrelinhas, pois fazem parte de coisas que o Straka viveu, enigmas que ele criou e sua comunicação com seu tradutor. Então mensagens ali codificadas parecem ser confusas mesmo. Isso não estraga a experiência, pelo contrário, como faz parte do pacote deixa o livro mais interessante tanto para ler quanto para tentar desvenda-lo.

Palavras são um presente para os mortos e um alerta para os vivos.

Um livro com muitas camadas e que me deixou muito ávida por mais e mais. Acho que gostaria de ler outros livros do Straka e, torço, para que um dia os autores possam escrever algo mais dele e de todo o mistério que envolve sua identidade. E não parou por aqui, no próximo post vamos falar sobre as conversas de Eric e Jen e os anexos.

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O que é S ?

08/06/2021

Maio foi um mês de poucas leituras por aqui. Na verdade foi o mês de uma única leitura, mas que é aquele livro em que o leitor precisa ler e reler várias vezes para conseguir entender o máximo possível. Eu estou falando da "caixa de mistérios" da editora Intrínseca, "S". Da mesma forma que a leitura desse livro não é única a resenha também não será única. Vou dedicar um post especial para O Navio de Teseu e outro para a história de Eric e Jen.

O que é "S"?

"S" é uma caixa de mistérios escrita por Doug Dorst e J. J. Abrams e traduzida para o português pela editora Intrínseca. Atualmente o livro encontra-se esgotado e não há previsão de novas remessas. É bom lembrar que por conter muitos anexos o livro tem um preço elevado e, talvez, por enquanto não vale a pena a editora importar a impressão do produto (é impresso a China).

Em "S" há duas histórias. A primeira é o livro escrito pelo autor fictício V. M. Straka, "O Navio de Teseu", que conta a história de um jovem amnésico que é levado para um navio onde todos tem a boca costurada e acaba se envolvendo em uma intriga politica.  Esse é o vigésimo livro do autor e o mais emblemático, já que foi no processo de escrita desta obra em que ele foi assassinado, segundo informações de F. X. Caldeira, tradutor de seus livros. Straka era um autor que nunca revelou sua verdadeira identidade e isso intriga os estudiosos de suas obras, incluindo o doutorando Eric que o admira desde a adolescência.

Nas margens de seu exemplar de "O Navio de Teseu", Eric fez anotações para ajudar em seus estudos da obra e ao esquecer o livro na biblioteca da universidade a estudante de Literatura, Jen, acaba encontrando o livro e se interessando pela obra e as coisas que intrigam Eric. Eles começam a se comunicar pelas margens do livro.

Não há uma maneira correta de ler o livro, mas você pode seguir uma "formula" que pode facilitar o entendimento da obra. Na primeira vez que tentei ler acabei me perdendo nas informações, já que a comunicação entre os estudantes mudam conforme a cor de caneta, isso significa que cada cor representa um momento diferente. Então segui algumas pessoas que falam sobre a ordem que pode ajudar o leitor a não ficar perdido.

Os anexos funcionam da mesma forma, mas esse caso é mais difícil estabelecer uma ordem, mas é importante deixa-los na ordem em que vem de gráfica. A melhor forma é ler o anexo conforme o diálogo entre os estudantes, para não correr o risco de pegar algum spoiler (como eu peguei kk). Os anexos é a minha parte favorita da caixa, não apenas pelo conteúdo e relação com a história, mas porque eu amei o cuidado e qualidade de tudo. <3

Agora que falei um pouco sobre a caixa de mistérios nos próximos posts eu vou falar sobre "O Navio de Teseu" e sobre Eric e Jen. Não deixem de acompanhar.

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