Resenha: A Nuvem

23/12/2019


Fato é que quando li O Ceifador eu fiquei muito louca pela continuação, entretanto mesmo após o livro ter sido lançado eu demorei quase um ano para ler a sequencia. Já tinha certeza de que o segundo livro me deixaria desesperada pelo terceiro e adiei o máximo que pude; Mas tem uma hora que não da mais para segurar, né? Peguei ele aqui e fui ler para ficar aqui sofrendo agora.

No primeiro livro somos inseridos em um mundo distópico diferente de outros que conhecemos na literatura infanto juvenil e agora o autor mostrou para que realmente veio com essa história. Todo aquele clima de que estamos conhecendo um mundo novo agora da espaço para criticas sociais que são atuais e, ao que parece, sempre será atemporal. Muito mais do que uma fantasia onde há assassinos especializados para acabar com a vida humana, sendo eles os únicos autorizados a isso, o livro nos mostra artimanhas politicas que pode ensinar a um leitor adolescente como funciona o nosso sistema eleitoral.
Com o tempo, toda tempestade se transforma em uma brisa agradável. 

As personagens que tanto me agradaram no inicio dessa trilogia voltaram muito melhor do que antes. Citra, agora Honorável Ceifadora Anastásia, prova para nós a todos os momentos o porque de ser tão especial, mas não de um jeito que faça-nos pensar que ela é desumilde, muito pelo contrário: Ela nunca quis ser ceifadora e justamente por isso ela é uma ceifadora incrível e misericordiosa com a sua coleta. Citra não é tratada pelo autor descaradamente como simbolo de algo, ou até sendo a mais especial de todas, ela é tratada como alguém justa e que por ser assim acabou tendo muitos inimigos (nem todos são declarados). Rowan agora é um fugitivo, mas que tomou seu lugar como Ceifador Lúcifer para acabar com a corrupção que presenciou na Ceifa durante o seu treinamento. Talvez seus métodos não sejam tão bons só que ele tinha uma opção e resolveu segui-la. Gostei muito da pessoa que ele se tornou. Pode parecer que ele tenha sido burro em determinado momento do livro só que para mim foi só uma reafirmação do menino que conheci no primeiro livro, que mesmo tendo passado por tanta coisa ainda tem os seus valores intactos.

Neste volume conhecemos sobre os Infratores, os Tonistas e a Interface da Autoridade (uma especie de representante humana da A Nimbo-Cúmulo) e juntamente com esses três grupos um novo personagem nos é apresentado, sem sombra de dúvidas o melhor deste volume e com certeza será o de extrema importância no volume três: Greyson Tolliver. Eu não quero falar desse personagem para não correr o risco de dar spoiler, mas ele é a antítese de Citra e Rowan. não como um vilão ou anti herói, e sim como algo necessário para complementar o que os outros dois representam ao leitor. Neal Shusterman não da pontos sem nó na hora de criar essa história e tudo se encaixa tão bom que tenho certeza que ele sabia o final desde o inicio do livro.
— O fim nem sempre justifica os meios, minha cara — ela disse [Curie] — Mas às vezes justifica. A sabedoria está em reconhecer essa diferença. 

Sua narrativa em terceira pessoa nos permite saber o que está acontecendo com a Ceifa, assim como os outros grupos existentes na trama e personagens que não daríamos importância caso tivéssemos uma narração em primeira pessoa. Dessa forma algumas pistas sobre os acontecimentos nos são dadas ao longo do livro, mas nada que não nos surpreenda ao final, pelo contrário. Inclusive os acontecimentos finais são incríveis, sério. O autor não poupou esforços para nos causar adrenalina durante a leitura das últimas páginas e eu só posso dizer (de novo) que tô muito ansiosa para o terceiro livro que chega em breve ao Brasil!!!

Agora o que é esses capítulos da A Nimbo-Cúmulo? Eu estava lendo e totalmente comparando-a com a idealização de Deus até que chega uma hora que ela mesma fala sobre isso e eu fiquei tipo "a senhora tá aqui????" kkk Sério, a construção dessa nuvem/comandante foi muito bem elaborada, com todas as explicações de sua existência e funcionamento, além de sabermos um pouco sobre suas frustrações e desejos, que nem se quer são sentimentos de uma inteligencia artificial, mas que ela consegue reproduzir tão bem a nós com a sua idealização disso através de algorítimos. Tudo que ela faz é planejado do inicio ao fim e eu acho que ainda irei me surpreender com ela no último livro, só espero que de uma forma boa. Só me resta esperar.

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Título: A Nuvem (Thunderhead) — Scythe #2 • Autor: Neal Shusterman
Editora: Seguinte • Tradução: Guilherme Miranda
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Um comentário

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