Resenha: Frankenstein, ou o Prometeu Moderno

11/05/2020


Frankenstein é considerado um marco nas histórias de terror e ficção cientifica. Com um enredo envolvente e assustador é fácil saber o porque de ter se tornado um clássico da literatura mundial. Mary Shelley quando publicou pela primeira vez não pode usar seu nome na autoria do livro, pois havia um grande preconceito com livros escritos por mulheres naquela época, e usou então o nome de seu marido. Na cinebiografia da autora podemos conhecer um pouco sobre essa história e foi justamente através dela que me interessei em ler o clássico Frankenstein, ou o Prometeu Moderno.

Eu sempre achei que Frankenstein se tratava muito mais sobre um "monstro", criado por um homem, e que por alguma razão era mal. De fato a história é sobre isso, mas há algo muito mais profundo sobre a criatura sem nome da obra. Victor Frankenstein sempre foi um garoto inteligente e curioso para os estudos e isso foi ao longo da sua vida até a morte de sua mãe; A partir de então ele teve um novo objetivo: Criar uma vida. Sim, podemos dizer que Victor brincou de Deus. Após meses e meses de estudos e experiencias ele enfim teve o exito de sua criação, entretanto ao invés de ficar feliz ele passou a abominar a criatura sem motivo (somente pela sua aparência).

Lembrei-me da súplica de Adão a seu Criador. Mas onde estaria o meu? Ele me abandonara, e na amargura do meu coração amaldiçoei-o. 

Após a negação de seu criador a criatura foge e tenta viver em sociedade, entretanto ao perceber que as pessoas as renegam somente por sua aparência ele passa a viver recluso e observando uma família próxima do galpão onde ele se alojou. Essa, para mim, foi a melhor parte da história. A criatura nos conta essa história e nos mostra como foi que ele conseguiu seguir sozinho, aprender a falar e até mesmo a ler, além de entender o que é amor e compaixão e desejar mais do que nunca isso para si mesmo; Mas infelizmente as coisas nunca poderão ser boas para ele, ao que parece ele nunca terá o amor, seja de seu criador ou de qualquer outra pessoa. Ao percebe isso a criatura declara sua vingança contra seu criador, jurando o fazer infeliz ao matar todas as pessoas que ele ama.

A perseguição de um e outro acaba virando uma caça de gato e rato, mas no meio disso acabam ocorrendo diálogos sobre existência, amor, ciência e filosofia que acabam pegando o leitor desprevenidos. Eu, pelo menos, esperava algo muito mais ficcional e aterrorizante, mas me vi refletindo sobre o mito da criação e até mesmo sobre preconceitos que vejo acontecendo na internet nos dias atuais. Isso só mostra que a obra é atemporal e pode fazer todo e qualquer tipo de leitor refletir sobre a situação da criatura e do próprio Frankenstein, já que ambos são vilões da história do outro.

É um livro bastante instigante e, para quem gosta de algo mais profundo, bem filosófico. Um clássico fácil de ler e compreender com camadas que podem ser dissecadas pelos leitores ou que podem ser deixadas de lado somente para usufruir da história principal.

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Título: Frankenstein, ou o Prometeu Moderno (Frankenstein or the modern Prometheus) • Autora: Mary Shelley
Editora: Martin Claret • Tradução: Roberto Leal Ferreira

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