Resenha: Uma Chama entre as Cinzas

27/01/2021

 



Após um bom tempo falhando nas leituras eis que o Kindle Unlimited me joga na cara toda hora essa sugestão, então como estava desanimada em ler qualquer outra coisa acabei indo nessa mesmo. Bom, acho que o KU sabe exatamente o que eu preciso e eu não poderia estar mais feliz com essa sugestão, pois esse livro já entrou para minha lista de favoritos. Uma Chama Entre as Cinzas é o livro de estreia da autora Sabaa Tahir e conta com uma grande representatividade não-branca para compor essa história sobre lealdade. Nesta obra acompanhamos a jornada de dois personagens: Laia e Elias. Ambos são de castas diferentes, Erudita e Marcial respectivamente. O povo erudito é dominado pelo povo marcial, com alguns sendo feitos de escravos e, claro, com proibição de leituras e arte e vivendo totalmente submisso a esse povo que mostra sua força através da violência gratuita. 

Laia cresceu em um vilarejo com seus avós e  sempre procurou fugir de problemas, porém seu irmão possui um caderno com desenhos de armas marciais que acaba sendo o motivo uma batida na casa onde eles vivem e causando a morte dos avós de Laia e a prisão de Darin. Laia se sentiu impotente diante dessa situação, pois ficou com muito medo quando os Marciais apareceram em sua porta e não é para menos. Ela sempre viveu ali conforme as regras, ajudando seus avós e torcendo para nunca ser notada, mas agora sente-se culpada por não ter feito nada para ajudar seus avós e seu irmão que agora ficara sendo torturado em uma prisão. É a partir disso que ela decide pedir ajuda a Revolução e acha que eles são os únicos que podem tirar ele da prisão e tem uma divida com ela e sua família. Sem saber onde estava se metendo ao pedir ajuda a eles Laia acaba se tornando a escrava pessoal da Comandante, uma mulher carrasca que não tem nem um pingo de sentimento.

Ela é uma personagem que me cativou bastante pois ela não é aquela protagonista que mostra coragem o tempo inteiro, pelo contrário... A coragem dela vai crescendo conforme todas as provações que ela passa enquanto escrava da Comandante, da mesma forma que cresce com o tempo passando e ela sabendo que quanto mais o irmão dela ficar preso pior será para ele. Eu me incomodei um pouco com alguns de seus pensamentos em relação a sua mãe, conhecida como Leoa e grande líder da revolução, já que o tempo todo ela tentava se comparar a ela e toda a coragem que ela teve. Mas ela parecia se esquecer de que mesmo com toda a coragem de sua mãe ela ainda acabou morrendo, então é bom ter um pouco de medo às vezes. Ainda há muito mistério a ser revelado em relação a morte de seus pais e eu já criei algumas teorias, mas acredito que serei surpreendida.

Elias está desde os 6 anos na academia de Blackcliff treinando para ser um Máscara, o soldado de mais alto escalão dos Marciais, mas ele odeia essa posição e ele odeia o modo de vida dos Marciais. Ele não acredita que os Eruditos devem ser tratados da forma como são tratados ali e muito menos os escravos, além de tudo os Marciais tratam mal os próprios Marciais e ele sabe que se desertar ele será punido com a morte caso seja pego e ainda assim ele está pronto para escapar. Só que nem tudo é fácil e algo acontece e que faz ele desistir, por ora, de sua fuga e Elias acaba tendo uma chance de se tornar uma das pessoas mais importantes do Império Marcial. 

Ele é um personagem muito cativante, pois desde o inicio ele conseguiu fazer com que eu sentisse empatia por ele e torcesse por ele em tudo que ele precisou passar durante o livro. Ele tem alguns amigos amigo na academia que, para mim,  parecia que compartilhavam a mesma opinião que ele porém tinham muito medo de se opor (com toda razão). Elias é de uma família muito importante, seu avô é um homem muito respeitado e sua mãe é ninguém menos do que a Comandante e eu acredito que é por isso que ele não tem muito medo do que pode acontecer por ele pois já não tem nada a perder. Sua melhor amiga Helene é uma personagem bastante importante para a história e gostei muito dela mas ainda há coisas que ela pode nos servir nos próximos livros que me da medo.

Eu gostei muito dos encontros desses personagens na obra e toda a importância que isso terá para o destino de ambos. Para Elias é extremamente importante ter Laia para ele conseguir sua tão amada liberdade e para Laia ter ele como aliado é basicamente uma forma de salvar sua própria vida naquele lugar que só a faz sofrer (física e psicologicamente). Claro que fiquei muito feliz pelo livro não ter uma carga de romance muito grande, diante de tudo o que eles precisam fazer é muito importante que um romance com alguém que você acabou de conhecer acabe atrapalhando tudo e como vocês sabem eu não sou uma das maiores fãs  de romances, né? Acho que esse aspecto ainda será desenvolvido nos próximos livros, mas espero que nada que atrapalhe a história a ponto do romance se tornar mais importante do que salvar o irmão de Laia da prisão, por exemplo.

Claro, não posso esquecer da fantasia, né? O livro tem um pouco de mitologia árabe que eu fiquei bastante curiosa para conhecer mais dentro desse universo. Como bem sabemos poucos livros abordam a mitologia árabe e com uma autora descendente de paquistaneses é bem legal esse aspecto cultural ser apresentado a nós. Para mim ficou um pouco confuso a forma como eles falavam as criaturas, em momentos como uma crença e em outros como reais e pouco foi explicado sobre elas em sua essência e espero que algumas dessas minhas duvidas sejam sanadas no próximo livro, mas de qualquer maneira eu dei uma lida sobre algumas para entender o motivo de ela ter aparecido no momento em que apareceu na história.

Este é um livro que me surpreendeu muito e eu espero que continue me surpreendendo nos próximos volumes. Sei que são 4 livros no total, mas por enquanto somente 3 livros fora lançados no Brasil. Você já conhecia Uma Chama Entre as Cinzas?

Título: Uma Chama Entre as Cinzas (Ember in the Ashes) — Livro 1 • Autora: Sabaa Tahir
Editora: Verus • Tradução: Jorge Ritter

TAG: BBB

26/01/2021

 


Como vocês bem sabem ontem começou a alienação nacional e eu como boa alienada já estou acompanhando tudo. E para aproveitar esse evento vou fazer hoje a TAG BBB que a @revolucaodoslivros criou.

👁‍🗨 Líder da casa - livro favorito da vida ⁣
↳ Tenho vários, hoje o escolhido é "Eu sou Malala", que foi um dos primeiros livros de não-fcção que eu li e que me fez gostar de ler outras coisas além de romances.

👁‍🗨 Paredão - um livro que você não entendeu o hype⁣
↳ "Uma Mulher na Janela" foi muuuito comentado quando foi lançado, mas quando eu li achei um pouco xôxô, sabe?

👁‍🗨 Eliminado - um livro que você não gostou⁣
↳ "Jantar Secreto" eu tentei ler há algum tempo mas não rolou, achei muito enrolado e não teve nada que me desse medo, ou me deixasse angustiada. Foi um livro que até abandonei.

👁‍🗨 Prova de Resistência - um livro que você sofreu pra terminar (no bom ou mau sentido)
↳ "Cujo" foi uma leitura com muita sofrencia, pois ele me deixou cansada mentalmente. Não é um livro tão pesado (pelo menos para mim), mas a narrativa é lenta, mas tão lenta, que eu senti que nunca mais ia conseguir ler nada depois.

👁‍🗨 Quarto branco - um livro que te isolou do mundo ⁣
↳ "Mentirosos" <3 Eu sempre vou exaltar esse livro maravilhoso.

👁‍🗨 Anjo - um autor que você sempre defende⁣
↳ Malala, CoHo, Stephen King, Tahereh Mafi... São tantos.

👁‍🗨 Monstro - um personagem que você odeia ⁣
↳ Começa com Travis e termina com Maddox. Nojento, abusivissimo.

👁‍🗨 Bigfone - um livro que leu por indicação de um amigo ⁣
↳ "A Elegância do Ouriço" foi um livro super planfetado pela minha ex-gerente e o hype tava correto, pois o livro é maravilhoso.

👁‍🗨 Jogo da discórdia - uma opinião polêmica ⁣
↳ O Felipe Neto já causou muita polemica no mundo literário essa semana, então eu tô de boa.

👉 E ai, qual sua opinião polêmica sobre o mundo literário?

Resenha: O Impulso

22/01/2021

 


Com certeza você já leu muitos comentário sobre O Impulso por esses dias, né? A Paralela enviou uma prova antecipada para os blogs parceiros então pudemos realizar a leitura antes do lançamento, que é hoje. Essa foi a minha última leitura de 2020 e eu não poderia finalizar o ano que eu bati minhas metas melhor, já que achei este um ótimo livro.

Resumo

No livro de estreia da autora canadense Ashley Audrain somos apresentadas a Blythe Connor, uma mulher que apesar da infância dificil conseguiu se tornar uma adulta decente e com um bom marido. Mas apesar de sua vida parecer ser perfeita ela ainda carrega muitos traumas de seu passado, principalmente aqueles que estão relacionados a sua mãe e por isso Blythe é muito relutante com a ideia de formar uma família, mas seu marido acaba convencendo-a de que ela será uma mãe exemplar. Com o nascimento de Violet ela passa a ter certeza de que não foi feita para isso, pois logo nas primeiras horas de vida Violet parece negar a própria mãe da mesma forma que Blythe não se sente conectada a essa criança. Aquele amor magico entre mãe e filha parece não existir entre essas duas e mesmo durante o crescimento dela esse relacionamento vai cada vez pior, nenhum esforço é capaz de fazer com que elas se amem. Quando Blythe tem seu segundo filho, Sam, seus sentimentos de mãe mudam completamente, já que agora sim ela sente a conexão esperada e o amor maternal; Mas uma tragédia irá mudar essa família para sempre.

Resenha

Eu precisava dar um resumo da trama para quem ainda não tinha lido nada sobre o livro. Pois bem, esse é um livro — até certo ponto — forte. Eu digo isso pois a maternidade é um assunto muito delicado para algumas mulheres e até tabu se pensarmos na sociedade que não aceita, por exemplo, que mulheres exponham a realidade da maternidade na internet. A autora em nenhum momento romantizou o nascimento de uma criança ou o ato de amamentar, por exemplo, e muito menos colocou como sendo ruim os sentimentos que Blythe sentiu inicialmente por Violet. Mas como a história em si não é só sobre os problemas da maternidade através desse sentimento que elas tem uma pela outra a trama vai se desenvolvendo e eu gostei bastante como a autora conduziu isso de uma forma que me fez desconfiar de uma criança.

Eu cresci assistindo O Anjo Malvado e em diversos momentos foi muito difícil não imaginar Violet sendo essa criança horrível, sabe? É claro que Blythe não é uma narradora muito confiável e por diversos momentos eu cheguei a pensar que ela estava ficando louca por descrever a própria filha daquela maneira e por ela ter aqueles sentimentos, mas de modo geral eu acabei confiando muito naquilo que ela estava me entregando.

Acho que a autora pecou um pouco ao nos entregar o passado da familia de Blythe da forma como ela escolheu fazer, pois para mim várias coisas da personalidade dela foram entregues com esse capítulos. Acho que a intenção era nos confundir para que duvidássemos mais dela mas o efeito foi contrário principalmente por ter criado uma noção de empatia muito maior com tudo o que ela sentia.

Eu li comentários negativos sobre o livro e devo dizer que concordo com alguns deles. O livro nos é apresentado como um suspense, thriller psicológico, mas para mim ele foi muito mais um drama. Tinha alguns momentos que eu senti um suspense? Sim, mas são bem poucos e não servem para definir o livro como sendo desse gênero para mim. Apesar de ter frustrado as minhas expectativas nisso eu ainda gostei do livro pois ele conseguiu me prender a ponto de eu ler 250 páginas em uma noite (o livro te umas 300). Eu vou continuar indicando esse livro para quem quer algo que fale sobre maternidade de um jeito não convencional e que pode chocar algumas pessoas, pois isso ele conseguiu para mim.

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O Impulso está sendo lançado hoje pela Paralela, selo da Companhia das Letras, e você pode adquirir o livro pelo link abaixo.

O Impulso - Venda pela Amazon

Minhas sagas favoritas no Kindle Unlimited

21/01/2021

 


Cada vez mais leitores estão aderindo ao uso do Kindle Unlimited para realizar as leituras. O programa de empréstimo de livros da Amazon tem um valor fixo de R$19,90/mês, um valor bastante acessível que faz os leitores economizar cerca de R$30 por mês (considerando que ele compraria um livro por mês no valor de R$49,90).

Hoje eu quero compartilhar com vocês as minhas sagas, séries e trilogias favoritas que estão disponíveis para leitura através da plataforma — e também algumas que eu quero ler.

JOVENS DE ELITE

Eu amo Marie Lu e quando Jovens de Elite foi lançado ano Brasil eu estava super hypada com a autora por causa de Legend. Hoje em dia os livros estão disponíveis no KU para leitura e eu super indico.

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LEGEND

É claro que não podia faltar o livro que fez Marie Lu ser Marie Lu, então Legend também está disponível para leitura.

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WACROSS

Eu ainda não li esse livro da Marie Lu, mas está na fila. Tenho a versão física, mas a digital também está disponível.

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AS CRONICAS LUNARES

Esse eu ainda não li, mas é uma série bastante querida pelos leitores, principalmente os que gostam de releituras de contos de fadas, como eu.

Cinder: e-book

THE 100

Eu amo a série THE 100, então por mais que o livro tenha suas diferenças eu ainda quero muito ler.

The 100: e-book
Dia 21: e-book

FEIOS

Eu amo FEIOS. Sério, essa distopia foi uma das distopias que me fez ser apaixonada por distopias kkk Então acho que todos deveriam conhecer.

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JOGOS VORAZES

Nem preciso falar mais nada, né?

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MARA DYER

Um YA de suspense e terror é tudo que eu mais amo na trilogia Mara Dyer.

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ESTIHAÇA-ME

Essa saga é TUDO PARA MIM. Um dos livros que eu mais amo no mundo. Sério, leiam.

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Tem muuitos outros livros e durante a pesquisa eu até emprestei uns que eu acho que vou gostar (que eu vou revelar somente no Instagram).

Lembre-se, o Kindle Unlimited tem 30 dias grátis para novos assinantes e o valor fixo no segundo mês é de R$19,90. ASSINE AQUI.

Quando abandonar um livro?

20/01/2021

 


Uma das piores coisas que um leitor pode fazer é abandonar um livro. Não sei vocês, mas eu fico com aquela sensação de que falhei muito mais ao abandonar do que simplesmente não pegar nada para ler. Claro, estou errada em ambos os casos, pois isso não me faz menos leitora do que outras pessoas, entretanto o abandono literário não é algo legal de se fazer.

Decidi falar sobre isso pois recentemente coloquei O Lobo da Estepe na minha TBR dos 30 antes dos 30 e ele foi o primeiro livro sorteado, mas quando comecei a ler não consegui me conectar com a história e com a narração da obra. Achei estranho, pois já li dois livros do autor, sendo um deles um dos meus favoritos, e em ambos para mim o livro fluiu super bem e consegui me conectar com a história de imediato. Eu tinha altas expectativas com O Lobo da Estepe pois quando trabalhei na livraria muitos clientes fãs do autor me falaram que este seria o melhor livro dele que eu leria, então acho que na hora que iniciei a leitura não senti isso e acabei me decepcionando e desanimando. Mas o ponto aqui não é falar sobre O Lobo da Estepe e sim como que um leitor vai saber quando abandonar um livro?

(Des)conexão com personagens

Uma das coisas mais importantes para mim em um livro são as personagens. Eles são os principais elementos que me fazem gostar ou não de um livro, mesmo que o livro seja excelente se eu não gostar de nenhum personagem acabo não gostando tanto assim do livro. Um bom desenvolvimento é crucial para que eu sinta empatia e torça por eles, ou no caso de anti-heróis, por exemplo, eu posso odia-los e ainda entender suas motivações.

Capítulos e pontuação

Eu, particularmente, tenho muita dificuldade em ler livros com capítulos longos sem aquele "descanso", sabe? O problema em si não é nem o capítulo ser grande, mas sim páginas, páginas e mais páginas de monólogo sem ao menos um respiro para que eu possa recuperar o folego. Mesmo se eu parar de ler e voltar no outro dia eu sinto que já comecei a leitura cansada.

Pontuações são coisas importantes, né? Mas tem autores que não usam, como por exemplo José Saramago. Eu AMO Saramago e quero ler outros livros dele, entretanto sempre que eu penso na forma de escrita dele eu acabo deixando o livro de lado pois tenho medo de me cansar e abandonar.

Histórias que não saem do lugar

Algumas histórias parecem que dão voltar em torno de si mesma umas cinco vezes em cada capítulo, então não tem como se animar para continuar essa leitura sem passar raiva ou acabar ficando com sono no meio da primeira página.

Quando saímos da zona de conforto

Eu acho extremamente importante sairmos da zona de conforto de vez em quando. Graças a esse pensamento eu acabei descobrindo novos gêneros que antes eu virava os olhos e hoje é um dos meus favoritos, entretanto nem sempre sair da zona de conforto funciona bem, seja por livros que tenham alguns fatores já mencionados acima ou por outros que é pessoal de cada leitor e quando identificamos isso é importante saber que tá tudo bem abandonar essa leitura.

Quais são os outros fatores que te fazem abandonar um livro? 

Por sorte eu tenho poucos livros abandonados na minha vida e acredito que O Lobo da Estepe não será um desses, pois em algum momento eu irei sentir alguma conexão com a história, mas por ora é melhor eu ir para outros mundos.

Livro acessível vai além do preço

17/01/2021

 



Hoje o papo por aqui é um pouco mais sério. Quero conversar com vocês sobre algo que tenho pensado há algum tempo mas nunca soube exatamente como falar pois eu não faço parte desse lugar de fala; Entretanto tenho aprendido que lugar de fala não diz respeito somente de você viver aquilo na pele, mas sim de também compartilhar a sua experiência e vivencia daquilo como uma forma de dar um ponto de vista para quem está de fora então por isso quero falar um pouco sobre livro acessível.

Quando eu falo livro acessível hoje eu não estou falando dos preços mesmo que esse seja um tópico que sempre vai dar pano para a manga pois há argumentações de todos os lados para debater isso, mas quero falar sobre livro acessível para pessoas que precisam de algum tipo de acessibilidade para ler esses livros e vou contar duas histórias para expor o que me fez pensar sobre esse assunto.

Entre 2018 e 2019 eu trabalhei em uma livraria na minha cidade natal. Uma livraria que mesmo sendo em shopping é pequena de espaço e o acervo foi construído pelos clientes e os livreiros com muito custo pois é um objetivo de todos que a cidade continue com esse local que atende pessoas da região toda. Pois bem, durante os dois anos que fiquei ali conheci vários clientes incríveis e alguns deles relataram dificuldade com a leitura de certos livros por causa da fonte. Sim, a fonte que para mim e para você pode não fazer nenhuma diferença mas que para algumas pessoas se torna o fator de comprar aquele livro para ler ou não. E eu não estou falando sobre estética, pois infelizmente tem muitos leitores reclamando disso, mas sim de dificuldade de leitura por problemas na vista ou até mesmo pela idade. Tinha um senhor que adorava livros sobre a Segunda Guerra, de ficção ou não, mas sempre que abria o livro para dar uma olhada ficava triste pois ele sabia seria quase impossível de ler o livro sem grandes transtornos. Uma outra senhora que leu muitos romances em sua vida agora tem uma enorme dificuldade de ler qualquer romance sozinha pois não consegue mais ler as letras miúdas. E saindo da pequena bolha da livraria em que eu trabalhei ainda posso citar uma leitora do meu blog e Instagram que também passa por algumas dificuldades na hora de sua leitura. O que é para ser um momento de lazer e prazer acaba se tornando uma desmotivação.

Claro que falar sobre isso não podemos deixar de lado as pessoas que tem deficiência visual total, que é o caso do Gabriel Henrique do Instagram Seu Direito Inclusivo que conversou um pouco comigo falando sobre sua experiência como leitor (já que ele gosta bastante de ler). Há uma certa dificuldade em encontrar livros em braille, pois eles são feitos sob demanda. "Como o braille é muito volumoso, dando um exemplo o Harry Potter e Ordem da Fênix, enquanto em tinta (impresso escrito) há somente um livro em braille há mais de 10 volumes", disse Gabriel. Para facilitar, para aqueles que não desejam usar o braille, usa-se um aplicativo que verbaliza aquilo que está no livro, além de usar para uso de aplicativos em geral como Whatsapp e Facebook. Gabriel ainda explica que: "As editoras e autores são muito reticentes em disponibilizar livros em formato digital para leitura, mesmo que o Estatuto da Pessoa com Deficiência diz que as pessoas com deficiência tem direito ao formato de livro acessível". Há um certo medo por parte das editoras e dos autores justamente por conta da pirataria, mesmo que eles estejam protegidos por lei, entretanto nós vemos por ai a existência de vários grupos que disponibilizam livros em pdf e até sites que nunca saem do ar.

Diante de tudo isso eu me pergunto: qual motivo faz com que os livros que nós lemos sem dificuldades no dia a dia tem que ser tão difícil para pessoas que possuem alguma deficiente visual? Até quando as editoras vão ignorar esses leitores? Nós já sabemos que brasileiros lêem pouco, em média 2,43 livros por ano, e vamos pensar quantas dessas pessoas não lêem mais simplesmente por não conseguir? 

O que pode ajudar no problema?

Há algumas soluções que podem ajudar esses leitores, como fazer a leitura no Kindle pois há a opção de aumentar o tamanho da fonte. Não é a melhor solução, claro, mas é um começo. E ainda há alguns aplicativos de audiobook que com certeza é uma opção bastate viavel para quem perda parcial e total de visão. Ainda não tem tantas opções de livros nesses aplicativos, já que vários livros novos no mercado não contam com essa opção ainda, entretanto já vejo algumas poucas editoras tentando se dedicar a esse novo mercado e disponibilizando cada vez mais obras.

De qualquer maneira acredito que as editoras, todas elas, deveriam se comprometer com todos os tipos de clientes (pois sim, nós somos clientes das editoras) e ter opções/edições com a fonte maior e também aumentar o número de audiobooks e livros em braille (no caso inserir livros em braille, já que nunca nem vemos livros em braille no mercado) de seu catalogo para atender uma demanda que está esquecida.

Indicação de conto: Eu Atirei no Xerife

11/01/2021

 

Hoje o post é rapidinho para falar do conto Eu Atirei no Xerife do Leandro Moura que está disponível no Kindle Unlimited para empréstimo.

O conto é sobre Gaspar que deseja se vingar do xerife por algo que aconteceu há poucas semanas e a história vai nos mostrando isso aos poucos e conforme a trama vai se revelando ficamos mais e mais curiosos para saber o desfecho da história, que para mim foi uma surpresa. A história é um tanto quanto poética em alguns momentos e acho que isso me deixou com uma impressão mais positiva, já que geralmente contos me incomodam por ser contos e eu sempre sentir que quero mais. Neste caso eu queria mais? Sim, porém ele conseguiu deixar tudo bem redondinho para que aquilo fosse o suficiente por hora.

O conto é dividido em 3 atos e à partir do segundo ato a narração fica por conta da Morte, que da mais credibilidade para a ideia de uma narração poética, já que eu acredito que a Morte não seria ignorante em suas colocações sobre a vida e a morte, além de explorar as motivações das personagens e seus pensamentos de maneira rápida e precisa.

Essa história é uma ótima leitura para quem ama um suspense e para quem gosta de histórias que exploram o psicológico das personagens. A leitura é rápida e não por ser um conto mas pela qualidade da escrita de Leandro que consegue nos prender nas poucas páginas. Aproveita o precinho e se você assina KU aproveita para emprestar, eu garanto que você não se arrependerá. 


Título: Eu Atirei no Xerife • Autor: Leandro Moura

 


Em 2018 eu pude ler Eu Sou Malala, a autobiografia de Malala Yousafzai, e me apaixonei pela história da jovem que lutou (e continua lutando) para a educação de meninas em locais onde somos proibidas de estudar. Com o lançamento da versão infantojuvenil eu fiquei animada para poder falar deste livro por aqui, já que na época em que eu li não fiz resenha no blog.

Malala hoje tem 23 anos e mora na Inglaterra com sua família, como exilados e com muita saudades de casa: Paquistão. Quando Malala ainda era criança seu país foi dominado pela milícia talibã que usaram as palavras do Alcorão para impor regras como a proibição de músicas e televisão. Todas as mulheres deveriam se cobrir (só deixar os olhos a mostra), os homens deveriam usar roupas especificas e não podiam mais cortar o cabelo e a barba, além de proibir todas as meninas de frequentarem a escola (a priori meninas de qualquer idade e posteriormente meninas com mais de dez anos). O uso de palavras religiosas para impor regras não acontece somente com o islamismo, nós vemos isso acontecendo a todo momento no Brasil que é um país que tem 50% de seus habitantes declarados como católicos e 31% declarados evangélicos. O preconceito com os islamismo foi o primeiro preconceito que Malala quebrou em mim, pois o que mais ouvi (principalmente depois de 2001) foi que muçulmanos são todos terroristas, que eles são todos machistas, e tantas outras coisas que eu tenho certeza que você também já ouviu. Malala conta sobre sua religião com tanto amor e devoção que me senti triste ao pensar que alguns radicais conseguiram estragar todas as percepções que os ocidentais poderiam ter sobre ela.

Uma das coisas mais lindas é sobre a admiração que ela sente por seu pai que desde pequena a incentivou a estudar e erguer sua voz, enquanto alguns de seus conterrâneos tinham visões ultrapassadas sobre o papel da mulher na sociedade. Ela soube e entendeu desde muito cedo o quanto é privilegiada por ter um pai que não a reprimia por ser mulher. Então quando o talibã passou a ditar as regras no Paquistão, apesar do medo, ele sempre ajudou Malala e falar em nome da educação feminina sendo um exemplo para todas as suas amigas de escola e algum tempo depois sendo exemplo para seu país, já que seus discursos ficaram conhecidos e seu blog para a BBC tomou proporções que eles não imaginavam. Todos os detalhes sobre a história da família dela são contados em Eu Sou Malala, já em Malala ela conta só um pouco sobre o incentivo que seu pai a deu e sua importância para quem ela viria se tornar.

Considero essa uma leitura importante para todas as idades (cada livro com seu público alvo), pois nos ensina valores que parecem diferentes dos nossos, pela cultura e religião, mas que na verdade são tão semelhantes em sua essência. Malala ainda luta pela educação feminina em lugares que são dominados por valores arcaicos onde mulheres não podem estudar e nasceram unicamente para o dever de cuidar da casa e dos filhos desde jovem e hoje é formada em Filosofia, Ciência e Economia pela Universidade de Oxford e quando quando foi atacada por covardes, voltando da escola, nunca poderia imaginar que chegaria em uma das melhores universidades do mundo.

Essa edição é super especial, pois tem como público-alvo crianças de 8 a 12 anos e possui ilustrações importantes de uma momento da vida de Malala. A história dela é triste, mas linda e essa edição ensina algo as crianças que terão a oportunidade de ler e eu garanto que em nenhum momento terá detalhes do que houve com ela no ataque (da mesma forma que não há em Eu Sou Malala, pois a própria Malala pouco se lembra do que aconteceu). Esse livro é o presente perfeito para qualquer época do ano e, na minha opinião, deveria ser leitura escolar  já que tantas coisas podemos aprender com essa biografia.

Compre os livros da Malala:

Resenha: Narciso em Férias

04/01/2021



Narciso em Férias, de Caetano Veloso, era um capítulo da autobiografia do autor, Verdade Tropical, também publicada pela Companhia das Letras. A ideia de torná-lo um livro separado partiu do próprio Caetano, não só por ser uma construção literária muito querida por ele, mas também por dizer muita coisa sobre o momento político brasileiro atual. Eu quis ler essas lembranças meio que por curiosidade, por gostar muito das composições dele... Mas como não me animar diante dessas palavras?

Nas quase 168 páginas desse livro, Caetano Veloso narra com detalhes os 54 dias em que ficou preso durante a ditadura militar. Ele foi preso em 27 de dezembro de 1968, e os motivos da sua prisão nunca ficaram exatamente claros, não havia, de fato, nenhuma justificativa oficial - ação que hoje nós carinhosamente apelidamos de abuso do poder, rs.

Acho que não sou a única pessoa a se questionar como aconteciam essas detenções, o que acontecia nas prisões de fato, naquela época. Sabemos que muitas pessoas foram mortas e torturadas física e psicologicamente... E eu sinceramente nem sei se gostaria de saber detalhes sobre isso... Mas fato é que o relato de Caetano Veloso foi suficiente para eu entender pelo menos em partes a tristeza e os absurdos da ditadura. 

Ele conta, inclusive, detalhes muito íntimos, como, por exemplo, ter inocentemente acreditado que seria apenas interrogado e logo voltaria para casa... Ou como foi passar dias em uma solitária minúscula comendo refeições horrendas, sem poder se comunicar com ninguém, sem poder ver a luz do sol... Contou sobre a falta que sentia de Dedé, sua esposa na época, ainda mais levanto em consideração que eram recém casados. E, claro, tudo de forma muito poética. Não esperaria menos dele.

A edição da Companhia das Letras conta com algumas páginas do processo aberto contra o cantor com base no AI-5. Curioso saber que o próprio Caetano só foi saber da existência desses documentos há pouquíssimo tempo, em 2018. Mesmo com os documentos não há justificativa plausível para a prisão, o que volta naquilo que falei anteriormente. Parece uma piada de mau gosto.

Gostei bastante do que li e fiquei marcada especialmente pelo trecho em que ele conta que um dia, sem explicação, foi levado de sua cela por um guarda com uma arma apontada para ele, para um lugar deserto. Ele tinha certeza que ia morrer, mas o levaram no barbeiro para que cortassem o cabelo dele, um símbolo do tropicalismo. Queriam, obviamente, passar a mensagem que sua liberdade estava sendo tirada. Fiquei com aquele gostinho de quero mais, sabem? Como se tivesse faltando alguma coisa... Acho que o jeito vai ser ler Verdade Tropical! rs


Título: Narciso em Férias • Autor: Caetano Veloso • Editora: Companhia das Letras

Conheça o blog da Ana: Roendo Livros

Personalize seu blog!

01/01/2021

Para blogger.

 Olá, pessoal! Hoje quero conversar sobre algo legal com vocês.

Eu tenho esse blog há uns 5 anos e desde o inicio eu sempre personalizei ele, para ele ficar do jeitinho que eu gosto. Sou muito curiosa e adoro fuçar nessas coisas, mas códigos html são uns saco às vezes e nem todo mundo gosta de mexer com isso.

Pensando nisso eu resolvi disponibilizar por aqui meus "trabalhos" de personalização de blog. Então se você quer mudar seu layout ou começar um blog novo vamos conversar para eu personalizar seu blog, que tal? Antes vou te explicar mais ou menos o que eu faço para que não aja dúvidas.

Eu não sou designer e nem programadora

Todas as personalizações que eu faço são em blogs já disponibilizados na internet, ou seja, eu pego um layout pronto e personalizo da forma que eu quero. Seja com cores, fontes, detalhes, alteração em animações e por ai vai. Geralmente eu pego esses layouts em sites como ThemeXpose e Sora Templates, que tem temas gratuitos e que permitem essas alterações no código html.

Como eu não sou designer eu não crio logos. Eu faço os meus banners de acordo com o que eu gosto, já tive uns com desenhos e outros somente escritos, mas eu uso vetores do Freepik para isso e não crio nada do zero. Caso você queira algum logo eu posso fazer, entretanto ele poderá não ser exclusivo e nem tão personalizado.

O que eu já fiz

O último que eu fiz, além do meu, foi do blog Irmandade Literária. Você pode conferir em detalhes clicando na imagem abaixo. O logo das meninas não é meu.
Personalização de layout

E o próximo pode ser o seu

Se você quiser ter um layout personalizado com o seu jeitinho venha conversar comigo. Eu tenho valores super acessíveis, justamente por eu não ser profissional na área, só cobro o tempo em que eu irei fazer o trabalho.
  • Personalização: R$50,00 — Alteração de cores, fontes, organização de links em menu e widget, etc
  • Logo/Banner: R$35,00 — Você informa as principais ideias que deseja para o seu banner e eu te dou opções que possam te agradar.
  • Personalização + Logo/Banner: R$75,00
Eu não faço correção de erros em layouts já prontos. Se foi feito por um profissional aconselho você a procura-lo, caso seja de template online eu posso tentar dar uma olhada, mas não prometo que o problema será resolvido. Valor de correção é R$15,00 por correção.

O layout pronto, assim como o banner, será entregue após a realização do pagamento.

Lembrando que é válido somente para blogger/blogspost.

Pagamento com PIX e Paypal

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