Faça uma Maratona: Dawson's Creek

 

Em meados de 2008 quando eu estava descobrindo o mundo de maratonar séries eu comecei a assistir Dawson's Creek, um drama adolescente que teve sua estreia no final dos anos 90. Lembro da minha tia assistindo essa série na Globo quando eu era criança e por isso quando eu me tornei adolescente acabei procurando para ver qual era dessa história. Na época não cheguei a finalizar a série e então quando vi ano passa que ela estava no Prime Vídeo eu já fiquei empolgada para reassistir e finalizar.

De 2008 para 2020 muita coisa mudou em minha vida, em minha percepção de relacionamentos familiares e românticos e eu posso dizer que já passei por praticamente tudo o que aqueles personagens passaram nessa série que ainda hoje se faz atual. Então eu vou listar algumas coisas que, talvez, te convença a assistir.

Relacionamentos

Quando se é adolescente todos os tipos de relacionamentos estão a flor da pele, então não é diferente com esses adolescentes. Eles estão na faixa dos 15, 16 anos e tem relacionamentos complicados na família e no ambiente escolar, além de tudo há a descoberta do desejo. Quando eu penso nisso em livros, por exemplo, eu fico com um pé atrás só que tudo funciona muito bem na série. Há alguns momentos que as crises são exageradas, principalmente por parte de Joey e Dawson sendo ou não um casal (e eu sentia raiva deles nesses momentos), mas todas as conversas são necessárias e servia bem para uma Silviane de 16 anos que estava passando por coisas e sentimentos semelhantes.

Sexualidade

Acho que nos anos 90 as produções tinham receio de contar histórias de personagens homossexuais, ainda mais quando eles são adolescentes. Quando eu assisti eu fiquei impressionada com isso, pois naquela época eu não tinha pessoas próximas a mim gays e a série me ajudou a entender e conhecer essas pessoas (generalizei, mas é para dizer em um modo geral já que eu não tinha vivencia com ninguém naquela época). Jack é um dos personagens mais queridos da série e se mantém assim até o episódio final, pois nós sofremos com ele quando ele revela a todos, quando enfrenta seu pai, a escola inteira e até mesmo quando a série permite que ele tenha seus relacionamentos também.

Feminismo e sororidade

A série trás boas pautas feministas para a época. Jen é uma menina da cidade grande que chega no interior como forma de castigo e ensina aquelas pessoas sobre a liberdade feminina e que as mulheres não podem ter rixas por causa de homens. A gente sente o sofrimento dela todas as vezes que ela foi isolada e todas as vezes que ela tenta uma aproximação com Joey mas pelo sentimento que ambas sentia por Dawson a amizade foi impossível. Eu gosto muito dessa personagem pois da um equilíbrio para a trama, já que justamente por ela saber esses limites há coisas que ela se permite ou não dentro daquele ambiente que sempre foi hostil com ela.

Construção de personagens

É claro que com 6 temporadas e os personagens saindo da adolescência para a fase adulta eles iriam amadurecer, né? Mas a série chega pontos em que até os adultos amadurecem. O maior, e melhor, exemplo e de Grams (a avó de Jen), que de inicio era religiosa extremista, que julgava sua neta, a vizinha que estava gravida e solteira e por ai vai... Bom, posso dizer que ela com certeza se tornou a personagem favorita de muitos fãs da série (incluindo eu).

Tá na Netflix

Recentemente a Netflix incluiu em seu catalogo todas as temporadas da série, então é mais do que uma oportunidade de assistir e se emocionar com essa história.