Resenha: A Letra Escarlate

10/05/2021

Na minha TBR do Desafio 30 livros antes dos 30 anos, por algum motivo, eu coloquei A Letra Escarlate. Esse é um livro que sempre ouvi falar, mas não através de resenhas e divulgações, e sim por algumas referencias em outros livros, filmes e séries, então acho que minha curiosidade ficou um pouco atiçada. Ainda bem que coloquei ele sem muita expectativa na lista, pois o livro me surpreendeu bastante. A protagonista, Hester Prynne é considerada uma das primeiras "heroinas" da literatura estadunidense e o livro sendo escrito em meados de 1800 não é de se surpreender que tenha grande relação com a igreja e com a ideia de uma mulher meretriz. 

Mas para ficar mais fácil o entendi é melhor da uma resumida na história: Hester é uma jovem que inicia o livro sendo levada a um cadafalso com um bebê no colo. Ela é acusada de adultério e possui uma letra A na cor escarlate bordada no peito, e essa marca ela precisará carregar para o resto de sua vida. Na noite em que ela é liberada do cadafalso um homem que se diz médico aparece para ajuda-la e ali é revelado que ele é na verdade o marido dela, que estava desaparecido há algum tempo e pede a ela para não revelar a cidade sua verdadeira identidade e ao questionar a respeito do pai da criança ela recusa-se a revelar, mas ele promete que irá descobrir.

(...) por mais arrogante que fosse sua postura, Hester possivelmente agonizava diante daqueles que se aglomeravam para vê-la, como se seu coração tivesse sido atirado no meio da rua para que todos escarnecessem dele e o pisoteassem.

Apesar do o livro não ser nem de perto um favorito eu gostei dele com algumas ressalvas. Eu sempre pensei que a história fosse super machista, levando em conta até mesmo o contexto histórico, mas ele não é bem assim. O autor sempre faz questão de falar sobre a força da personagem e de como ela aguenta tudo aquilo diante das pessoas e até mesmo ao longo dos anos, e em outros momentos há a sua fraquezas, sua submissão em relação a aquilo. É interessante essa ambiguidade, já que ao mesmo tempo que ela pode ser forte e aguentar aquilo ela também é um ser humano, tem seus sentimentos e acha que precisa obedecer aqueles que são mais fortes pelas suas posições sociais. A premissa de que Hester é uma heroína vai além do seu papel no livro, já que ela acaba tendo pequenas conquistas ao longo do livro que vai contra tudo o que seus algozes esperam dela. Hester consegue criar sua filha sozinha, ela tem uma carreira que é requisitada por todos daquela cidade e mesmo de forma sutil ganha o respeito das pessoas. Em certo momento eles até consideram livra-la da letra escarlate.

Assim como qualquer livro clássico a narrativa é um pouco chata em alguns momentos. Eu tenho um problema com histórias que me passam a impressão de estar enrolando leitor, sabe? E aqui eu senti um pouco disso em alguns diálogos que eram repetitivos e cenas que demoravam para ter um objetivo, mas de qualquer forma o livro não é longo e da para aguentar isso tranquilamente. Acho que A Letra Escarlate vale muito a pena ler para conhecer essa personagem tão diferente daquelas retratadas em sua época e principalmente para ter mais um vislumbre de hipocrisia e intolerância que a igreja tinha (e ainda tem) em relação as mulheres. 

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Bom, muitas coisas poderiam ser faladas nesse livro. Acho que o que eu mais queria falar diz respeito a parte final da obra, mas ai seria um spoiler que acho mais interessante vocês lerem para descobrir. De qualquer maneira é um livro que da para analisar de várias formas e vai de cada leitor. Sei que muitos não gostam de clássicos, mas eu indico muito. Vale a pena.

🅰

Título: A Letra Escarlate • Autor: Nathaniel Hawthorne • Tradução: Christian Schwartz • Editora: Penguin Companhia

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3 comentários

  1. Olá,
    Eu li esse livro uma vez para apresentar um seminário da faculdade. Nem lembro.
    Mais um que preciso reler agora aos 30, certeza que vários pensamentos estão diferentes.
    Só não pegaria agora por esse teor repetitivo, é bem chato e não tenho humor pra encarar no momento.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  2. Silviane!
    Fico também bem indignada quando sou 'enganada' em um livro, fala sério!!!
    Achei que o livro fosse mais voltado do porque ela ter traído o esposo e ter gravado a letra escarlate.
    Ainda assim, tenho curiosidade em ler.
    cheirinhos
    Rudy

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  3. ola
    vi uma resenha desse livro em um outro blog ,não tenho tido paciencia com livros que enrolam o leitor ,então acho que não leria esse livro ,não no momento mas quem sabe futuramente

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