Uma das primeiras resenhas publicadas aqui no blog foi do livro A Garota no Trem, da autora Paula Hawkins, e infelizmente não foi uma resenha muito positiva. Lembro que não gostei das personagens-narradoras dessa história, principalmente da protagonista Rachel. Quando assisti ao filme de 2016 com Emily Blunt busquei pontos que me agradassem mais e até que isso aconteceu, pois lembro de ter achado uma boa adaptação com as partes chatas que eu havia odiado no livro.
Agora a Netlix lançou uma remake da adaptação estadunidense. A produção indiana acontece em Londres, mas os protagonistas da história são indianos e, em alguns momentos, falam hindi (eu presumo que seja, mas infelizmente não conheço o idioma) e em outros inglês. É protagonizado pela atriz Parineeti Chopra.
O filme segue a premissa principal do livro, onde uma mulher divorciada e viciada em álcool passa alguns momentos de seus dias espiando uma jovem pela janela do trem até que algo acontece a essa jovem, que se chama Nusrat. Mira se torna essa pessoa após perder seu bebê em um acidente de carro, que suspeita ser provocado por um condenado que acabou sendo preso após um julgado onde ela era advogada da vitima. Ao perder seu marido e vê-lo com outra mulher ela se sente bem pior e continua se afundando no álcool e ao ver Nusrat diariamente deseja a vida dela para si. Entretanto ao desconfiar que Nusrat está tendo um caso Mira acaba tendo um surto e vai até a casa dela para confronta-la, mas após isso Nusrat acaba desaparecendo e Mira se torna uma suspeita.
Eu gostei muito de Mira, mais do que a personagem original. Apesar de seus problemas com álcool ela ainda é muito mais centrada e consegue fazer coisas que, para mim, são mais criveis. A partir do momento em que ela percebe que cometeu um erro e o seu tá na reta ela se empenha ao máximo para descobrir o que aconteceu com Nusrat e usa de estratégias que só uma advogada poderia ter. Mas eu tenho que falar: O que é aqueles olhos cheia de maquiagem preta o tempo todo? Consequências de seus choros, mas né... nessas horas chega de maquiagem kkk. Outra coisa que foi bem falsa da produção é o fato de ela ter um baita de um machucado na esta e em todas as oportunidades ela coloca a mão ali e não sentia nem uma dor, ou em momentos que ela encostou na parede ou na banheira e nem se deu conta que ali estava em carne viva. Tipo assim, produção?? Aliás, a produção tem alguns erros bobos além desse do machucado, mas o pior de todos com certeza é a trilha sonora. Eu sei que a música indiana da uma impressão de ser feliz o tempo todo, mesmo com as letras tristes como era o caso das músicas tocadas aqui, entretanto esse é um filme de suspense/investigação e nesses casos a trilha sonora é muito importante para criar essa atmosfera e ai vinha uma música indiana com Mira chorando triste parecendo uma cena de filme de romance onde a personagem é abandonada.
O final é uma das maiores surpresas positivas deste filme. Com um plot twist que poucos conseguiriam prever a escolha de mudar o final original foi muito bem vinda para quem já estava esperando acontecer aquilo que o filme de 2016 mostrou. Em certos momentos eu acreditei que seria um erro da produção algumas cenas estrategicamente inseridas durante o filme e que ao final não se concretizaram, claro que tudo poderia ser um problema da amnésia de Mira e seu problema com alcoolismo, mas quando tudo foi se encaixando como um quebra-cabeça eu tive que dar pontos positivos para o remake.
O remake de A Garota no Trem está longe de ser um filme maravilhoso, mas ele prende a atenção pela curiosidade e empatia que temos com Mira e Nusrat. Apesar de ser um pouco longo, quase 2hs de duração, vale a pena dar uma assistida.
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